quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

José Lins do Rêgo




Filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti, JOSÉ LINS DO REGO CAVALCANTI nasceu em 3 de julho de 1901 no Engenho do Corredor, município de Pilar, na Paraíba. 
Após passar sua infância nesse lugar e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para às usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na faculdade de Direito, formando-se três anos depois.
Nesse período colaborou na imprensa local e fez amizade com Gilberto Freyre, que o influenciou e, em 1922, fundou o semanário Dom Casmurro.

Em 1924 casou-se com d. Filomena Masa Lins do Rego. No ano seguinte, foi para Manhuaçu MG exercer as funções de Promotor. Cargo esse que abandonou em 1926, quando seguiu para Maceió para ser fiscal de bancos, função essa que exerceu até 1930, quando passou a ocupar o cargo de fiscal de consumo. 
Durante sua estada em Maceió, além de tornar-se amigo de vários intelectuais locais (Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Aurélio Buarque, Jorge de Lima e outros), integrou o grupo Regionalista do Nordeste.
Em 1932 publicou "Menino de Engenho", seu primeiro romance. Obra essa que lhe rendeu o "Prêmio da Fundação Graça Aranha". Em 1935, transferiu-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde exerceu a diplomacia e colaborou em vários jornais locais. No ano de 1943 publicou "Fogo Morto", considerado sua obra prima e síntese do ciclo do açúcar. No ano de 1944, em missão oficial, vai a Argentina e o Uruguai, onde pronuncia várias conferências sobre literatura brasileira.
Apaixonado por futebol, José Lins do Rego pertenceu à diretoria do Clube de Regatas Flamengo e chegou até a chefiar a Delegação Brasileira de Futebol no campeonato Sul-Americano de 1953. 
Em 15 de setembro de 1955 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, passando a ocupar a Cadeira nº 25, na sucessão de Ataulfo de Paiva. Em 15 de dezembro desse mesmo ano foi recebido na academia por Austregésilo de Athayde. Graças ao sarcasmo com que José Lins do Rego tratou o seu antecessor em seu discurso, instituiu-se na ABL a censura prévia aos discursos de posse.
"Ataulfo de Paiva chegou ao Supremo Tribunal Federal sem ter sido um juiz sábio e à Academia sem nunca ter gostado de um poema." 
A 12 de setembro, aos 56 anos, José Lins do Rego morre, no Rio de Janeiro, no Hospital dos Servidores do Estado, vítima de hepatopatia.

A respeito de si próprio, José Lins do Rego traçou o seguinte retrato: 
"Dezembro de 1947. 
"Tenho quarenta e seis anos, moreno, cabelos pretos, com meia dúzia de fios brancos, um metro e 74 centímetros, casado, com três filhas e um genro, 86 quilos bem pesados, muita saúde e muito medo de morrer. Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonhos, e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudades do sol, se faz calor, tenho saudades da chuva. Vou ao futebol, e sofro como um pobre diabo. Jogo tênis, pessimamente, e daria tudo para ver meu clube campeão de tudo. Sou homem de paixões violentas. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo de meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Não sou mau pagador. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e não perco o sono por isso. Afinal de contas, sou um homem como os outros. E Deus queira que assim continue."





GENTILEZA DE POETA



A propósito de uma referência ao meu nome feita em recente poema de Antonio Costta, agradeço ao amigo pela honraria. Grata satisfação de merecer o apreço do nobilíssimo bardo pilarense, uma pessoa especial como são todos os que cultivam a poesia.

Tendo em mira que Antonio Costta planeja intervir na política do seu município, candidatando-se a prefeito, desejo sucesso na nobre empreitada, esperando que as lides políticas não turvem seu laborioso e fecundo processo de criação.

Apolo, deus da poesia, estará atento para que a fonte da inspiração poética não falte ao Costta. Sempre na observação sensata da fragilidade das coisas terrenas e das relações entre o divino e o humano.

Conversa entre poetas acaba em poesia. Aí vão três estrofes para o amigo Antonio.


Dormi, sonhei que voava
Pelas terras do Pilar
Almejando encontrar
A Musa que tanto amava
Sem saber que ela estava
Servindo a Antonio Costta,
Aos bons ela se acosta
Em uma ação prazenteira,
Fica assim a vida inteira
Nos braços de quem mais gosta.

Canta o poeta em cantigas
As queixas sentimentais
Com as notas musicais
Para pessoas amigas,
Sem se meter em intrigas
Servindo só ao seu Deus
Vai assim ele com os seus
Rasgando revelações
No seu mundo de visões
Entre cristãos e ateus.

Na sua Pilar querida,
Tão pacata e tão pequena,
Calma, tranquila e serena,
Quer melhorar mais a vida
Que se encontra amortecida.
Sem egoísmo e ganância,
Entretido na fragrância
Das flores do humanismo,
Confiante no civismo
E sua fé destemida.

FÁBIO MOZART
Fonte: http://fabiomozart.blogspot.com/2012/02/poema-do-domingo_26.html

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