O engenho de Zé Lins
não deixe de visitar,
onde a fumaça do boeiro
se expandia pelo ar
com o cheiro do melaço
nos tachos a cozinhar.
Venha ver a Casa Grande
onde agora se expande
a cultura de Pilar!
Poeta Antonio Costta
não deixe de visitar,
onde a fumaça do boeiro
se expandia pelo ar
com o cheiro do melaço
nos tachos a cozinhar.
Venha ver a Casa Grande
onde agora se expande
a cultura de Pilar!
Poeta Antonio Costta
POEMAS PILARENSES
SEJA BEM VINDO À
PILAR
Seja
bem vindo à Pilar,
Terra
pacata e querida,
Que
tem muito o que contar
De
sua história, sua vida,
—
Muita curiosidade! —
Ela
é a terceira cidade
Mais
velha da Paraíba!
Seja
bem vindo à Pilar,
Terra
de valor profundo,
Sua
história é singular,
Pois
encanta todo mundo.
Na
província era uma estrela,
Fez
questão de conhecê-la
Até
D. Pedro II!
Seja
bem vindo à Pilar,
Terra
de Zé Lins do Rego
Que
contou a nossa história
Para
o mundo ter apego.
Hoje
aqui em seu Caminho
Receba
nosso carinho,
Nosso
amor, nosso aconchego!
Seja
bem vindo à Pilar,
Terra
de Manoel Xudu,
Um
poeta repentista
Que
cantava sem lundu,
Que
tirava da cachola,
Ao
dedilhar a viola,
O
canto do uirapuru!
Seja
bem vindo à Pilar,
Terra
de Zé Augusto Brito,
Que
foi cronista e poeta
Do
soneto mais bonito;
Que
escreveu coisas tão belas:
Pilar,
Vidas Paralelas,
Que
hoje habita no infinito.
Seja
bem vindo à Pilar
De
Damião Cavalcanti
E
de Frutuoso Chaves,
Outro
cronista brilhante;
Pilar
da prosa e da rima
E
de Frederico Lima,
Outro
escritor importante!
Seja
bem vindo à Pilar,
Terra
de gran tradição,
Do
cirandeiro Raminho,
De
Del Pilar, artesão,
De
quadrilha que encanta
E
de Dona Odete que canta
Coco
de roda, no chão!
Seja bem vindo à
Pilar
Onde a música repousa
Nas cordas do violão
De José Cosmo de
Souza.
Terra de mui
estrelatos,
Pilar de Zezita Matos,
Atriz que brilha, que
ousa!
Seja
bem vindo à Pilar,
Onde
a cultura acontece,
Lugar
onde a poesia
Em
cada canto floresce;
Musa
formosa e dileta
Que
presenteia o poeta
Co’
inspiração que merece!
Seja
bem vindo à Pilar,
À
nossa terra querida,
Que
está de braços abertos
Pra
lhe receber na lida;
Com
sua gente hospitaleira,
Quem
visita esta ribeira
Não
quer mais sair na vida!
Antonio Costta
(Pilar
– PB)
NO CHÃO DA SAUDADE
Prossigo sereno
revendo a história
No vasto terreno do chão da memória.
Tão cheio de terra brincando no chão
De bola de gude, carrinho e pião.
Lá pego canário com meu alçapão,
Lá pesco piaba com meu jereré;
Facheio rolinha com meu lampião
E brinco de bola imitando Pelé!...
Lá faço brinquedos de tábua, de lata,
E sei tirar mel de abelha na mata!
Sou bem mais feliz — não posso negar...
Onde fica esse chão? em que tempo? espaço?
No chão da memória me perco e me acho...
— Chão da saudade da velha Pilar!...
No vasto terreno do chão da memória.
Tão cheio de terra brincando no chão
De bola de gude, carrinho e pião.
Lá pego canário com meu alçapão,
Lá pesco piaba com meu jereré;
Facheio rolinha com meu lampião
E brinco de bola imitando Pelé!...
Lá faço brinquedos de tábua, de lata,
E sei tirar mel de abelha na mata!
Sou bem mais feliz — não posso negar...
Onde fica esse chão? em que tempo? espaço?
No chão da memória me perco e me acho...
— Chão da saudade da velha Pilar!...
Antonio Costta
Pilar (PB)
ÁGUAS DA POESIA
À minha
terra, Pilar.
Já procurei te
esquecer,
Mudar de assunto, evitar,
Pra não estar te lembrando
Quando de amor vou falar.
Mas as águas da poesia,
Onde vivo a navegar,
São como as do Paraíba:
Têm que passar por Pilar!
Têm que passar sussurrando,
Têm que passar desejando,
Querendo te conquistar...
Mesmo quando, em desatino,
Numa enchente do destino,
Seguem soltas para o mar!
Mudar de assunto, evitar,
Pra não estar te lembrando
Quando de amor vou falar.
Mas as águas da poesia,
Onde vivo a navegar,
São como as do Paraíba:
Têm que passar por Pilar!
Têm que passar sussurrando,
Têm que passar desejando,
Querendo te conquistar...
Mesmo quando, em desatino,
Numa enchente do destino,
Seguem soltas para o mar!
Antonio Costta
Pilar (PB)
O SABOR DA MINHA TERRA
Gosto de caldo de
cana madura,
Gosto também de feijão com farinha;
Quem nunca comeu uma raspadura
Não sabe o sabor da minha terrinha!
Gosto de comer, com nambu e rolinha,
Inhame, batata, fava, macaxeira;
Quem nunca comeu picado na feira,
Não sabe o sabor da minha terrinha.
Buchada de bode? — deixa-me louco!
Quem nunca provou traíra de coco,
Mocotó de boi, pirão de galinha...
Não sabe o sabor, não sabe o segredo,
Da terra natal de Zé Lins do Rego...
— O grande sabor da minha terrinha!
Gosto também de feijão com farinha;
Quem nunca comeu uma raspadura
Não sabe o sabor da minha terrinha!
Gosto de comer, com nambu e rolinha,
Inhame, batata, fava, macaxeira;
Quem nunca comeu picado na feira,
Não sabe o sabor da minha terrinha.
Buchada de bode? — deixa-me louco!
Quem nunca provou traíra de coco,
Mocotó de boi, pirão de galinha...
Não sabe o sabor, não sabe o segredo,
Da terra natal de Zé Lins do Rego...
— O grande sabor da minha terrinha!
Antonio Costta
Pilar (PB)
COMO POSSO ESQUECER A MINHA TERRA?
Como posso esquecer a
minha terra
Que provoca dentro em
mim tanto apego?
Meu torrão, meu
lugar, meu aconchego...
Meu Pilar que tanta
beleza encerra!
Como posso esquecer a
minha terra
Que me dá tanto
prazer quando chego,
Vendo o mundo rural
de Lins do Rego
Que a rústica
paisagem desenterra.
Como posso
esquecer-me deste chão
Que revigora, em meu
peito, o coração
E me faz decantá-lo,
como meta...
Se for para esquecer,
um só momento,
O torrão em que nasci
— eu lamento —
Mas prefiro esquecer
que sou poeta!
Antonio Costta
Pilar (PB)
PILAR, CIDADE MÃE
Se vocês não sabem
Agora eu vou contar
Que Pilar já foi
grande
Pois até Campina
Grande
Pertenceu a Pilar!
As suas terras se
estendiam
No período colonial
De Cruz do Espírito
Santo
Às divisas de Pombal!
Mas os anos foram
passando
E seus filhos foram
crescendo
E novas cidades foram
No seu solo
aparecendo.
Pois Itabaiana e
Gurinhém,
Caldas Brandão (o
Cajá)
E Cruz do Espírito
Santo
Todos pertenceram a
Pilar.
Sem falar em
Juripiranga,
A Serrinha popular,
E São Miguel de Taipú,
Terra do Itapuá.
E, por último, São
José dos Ramos
Também quis se
libertar;
E Pilar foi se
tornando...
Somente a nossa
Pilar!
Pilar nasceste grande
E teu amor sempre nos
põe;
Pilar terra querida,
Pilar Cidade Mãe!
Antonio Costta
Pilar (PB)
VISITANDO MINHA TERRA
Vou depressa, vou
depressa,
com vontade de chegar;
Visitar a minha terra,
A cidade do Pilar.
E como é bela a visão
que começo a contemplar;
o Alto da Conceição
E seu rio a lhe banhar.
O Museu, a praça, amigos
para a gente conversar;
A cidade é tão pequena,
mas é grande pra contar!
Tem lembranças amorosas
para a gente recordar;
tem histórias de heróis
que morreram a lutar!
Tem poetas, escritores,
conhecido nos confins;
Meu Pilar sente orgulho
de ser Terra de Zé Lins!
Vou depressa, vou depressa,
Com vontade de chegar;
Vou matar minha saudade
da cidade do Pilar!
Tô chegando, tô chegando,
pra rever o meu Pilar;
quem visita essa cidade
Tem vontade de ficar!
com vontade de chegar;
Visitar a minha terra,
A cidade do Pilar.
E como é bela a visão
que começo a contemplar;
o Alto da Conceição
E seu rio a lhe banhar.
O Museu, a praça, amigos
para a gente conversar;
A cidade é tão pequena,
mas é grande pra contar!
Tem lembranças amorosas
para a gente recordar;
tem histórias de heróis
que morreram a lutar!
Tem poetas, escritores,
conhecido nos confins;
Meu Pilar sente orgulho
de ser Terra de Zé Lins!
Vou depressa, vou depressa,
Com vontade de chegar;
Vou matar minha saudade
da cidade do Pilar!
Tô chegando, tô chegando,
pra rever o meu Pilar;
quem visita essa cidade
Tem vontade de ficar!
Antonio Costta
Pilar (PB)
MINHA PILAR, PARABÉNS!
Minha jóia, meu
diamante,
A terra que a todo instante
Recordo na minha vida;
Em ti projeto a lembrança
Do meu tempo de criança
Na Chã de Areia querida!
Minha terra tão pequena
Quem dera neste poema
O meu amor expressar;
Num verso puro e sereno,
No meu cantar tão pequeno,
Quero pra sempre te amar!
Quem dera viver contigo
Nas asas do teu abrigo
Sem temer qual seja a sorte;
Muito mais feliz seria
Vivendo aqui todo dia,
Até chegar minha morte!
A terra que a todo instante
Recordo na minha vida;
Em ti projeto a lembrança
Do meu tempo de criança
Na Chã de Areia querida!
Minha terra tão pequena
Quem dera neste poema
O meu amor expressar;
Num verso puro e sereno,
No meu cantar tão pequeno,
Quero pra sempre te amar!
Quem dera viver contigo
Nas asas do teu abrigo
Sem temer qual seja a sorte;
Muito mais feliz seria
Vivendo aqui todo dia,
Até chegar minha morte!
Que Deus te abençoe,
minha terra,
Que reine a paz não a guerra
Neste pedaço de chão;
Que não apenas te enganem,
Mas que as pessoas te amem
De todo seu coração!
Que a Paraíba não pare,
Que o governo declare
Fazer-te bem mais notória;
Sem nenhum demagogismo
Desenvolver o turismo,
Porque Pilar é história!
Por José Lins que é da gente,
Manoel Xudú no repente,
Zé Augusto na poesia;
Minha Pilar tão formosa,
Eu te ofereço esta rosa...
Meus parabéns neste dia!
Pela bravura do povo,
Pelo sonhar com um novo
Tempo, melhor do que tens;
Pra o velho, o jovem e a criança,
Por não perder a esperança,
Minha Pilar... Parabéns!!!
Que reine a paz não a guerra
Neste pedaço de chão;
Que não apenas te enganem,
Mas que as pessoas te amem
De todo seu coração!
Que a Paraíba não pare,
Que o governo declare
Fazer-te bem mais notória;
Sem nenhum demagogismo
Desenvolver o turismo,
Porque Pilar é história!
Por José Lins que é da gente,
Manoel Xudú no repente,
Zé Augusto na poesia;
Minha Pilar tão formosa,
Eu te ofereço esta rosa...
Meus parabéns neste dia!
Pela bravura do povo,
Pelo sonhar com um novo
Tempo, melhor do que tens;
Pra o velho, o jovem e a criança,
Por não perder a esperança,
Minha Pilar... Parabéns!!!
Antonio Costta
Pilar (PB)
SALVE TERRA DO PILAR!
Salve terra do Pilar!
Salve palco de minh’
vida
Que no Vale do
Paraíba
Tem história pra
contar.
Salve terra do Pilar!
Torrão de valor
profundo
Que até Pedro II
Fez questão de
visitar.
Salve terra soberana
Quando teve em seu
passado,
Pela várzea,
espalhados,
Quarenta engenhos de
cana!
Salve heróis da
hombridade!
Que lutaram, sem
temor,
Na Confederação do
Equador
Em favor da
liberdade.
Salve, Salve nossa
gente!
Diogo Velho
Cavalcanti,
Um político
importante,
De três províncias,
presidente.
Salve terra do Pilar!
De poetas,
escritores,
Terra de tantos
valores
Que agora eu vou
contar.
Salve terra do Pilar!
De Zé Lins, o
romancista,
De Chudu, o repentista,
Mestre do improvisar.
Salve terra do Pilar!
Meu torrão tão
bonito.
Terra de Augusto
Brito,
Um poeta singular.
Salve terra do Pilar!
De Damião Cavalcanti,
Outro poeta brilhante
Que valoriza o lugar.
Salve terra que a
gente ama!
Terra de filhos tão gratos;
Terra de Zezita
Matos,
Do teatro, a grande
dama.
Salve, salve Dona
Odete
Que canta coco de
roda,
Sem ligar pra nova
moda
Que o mundo lhe
oferece.
Salve terra onde se
encosta
A beleza do universo!
Que me inspira tantos
versos
Onde assino: Antonio Costta.
EU SOU DA TERRA
Eu sou da terra da
jaca,
Do inhame e da
macaxeira;
Eu sou da terra da
cana
Caiana que é de
primeira!
Eu sou da terra da
manga,
Do caju, da
goiabeira;
Eu sou da terra do
coco,
Do cajá, da
pitombeira.
Eu sou da terra da
fava,
Do feijão verde-ligeiro;
Do quiabo e do maxixe
Que bota até no
terreiro!
Sou da terra da
buchada,
Da tapioca e beiju,
Da terra de José Lins
E do poeta Xudu!
Eu sou da terra
querida
De Damião Cavalcanti,
De Zé Augusto de
Brito,
Outro poeta
brilhante!
Eu sou da terra do
verso,
Da terra da poesia,
Do poeta João
Lourenço,
Também de Riso Maria.
Eu sou da terra de
Lita
Que todo mundo
recorda,
Eu sou da terra de
Odete
Que canta Coco de
Roda!
Eu sou da terra do Zé
Cosmo com seu violão;
Também de Jordânia
Borges
Que canta nossa
canção!
Eu sou da terra de
Júlio
Com seu “Cavalo
Marinho”,
Do artesão Seu
Birico,
Do cirandeiro
Raminho.
Eu sou da terra de
Alceu
Com natureza
bucólica;
Eu sou da terra de
Lando,
Essa figura
folclórica!
Eu sou da terra, do
barro,
Eu sou de Chã de
Areia;
Por essa terra me
amarro...
Viva Pilar, minha
aldeia!
Antonio Costta
Pilar (PB)
CHIBATA PRETA
Quem é que não se
lembra
De uma negra, Chibata,
Que morava na Estação
E cozinhava em uma
lata?
Eu vinha de Chã de
Areia,
Por Figueiredo passava,
E chegando na Estação
Chibata Preta
encontrava!
Conhecida por
Chibata,
Chibata, Chibata
Preta,
A pobrezinha,
coitada,
Não tinha posses nem
letra!
Era uma pobre
indigente
Que morava bem ao
léu;
Tinha por cama - o
chão,
E por cobertor - o
céu!
Um amontoado de lixo
Na margem daquela
rua;
Era a “casa” da
Chibata
Iluminada pela lua...
E por que “Chibata
Preta”,
Também queres
entender?
N’era porque tinha
uma chibata
Pra si mesma
defender.
Era porque a
pobrezinha,
Que cozinhava em uma
lata,
Era magra e pretinha
Parecendo uma
chibata!...
Era a Chibata Preta
Conhecida do Pilar
E também da região
Que vinha nos
visitar.
Era o terror das
crianças
Aquela negra Chibata,
Que morava na Estação
E cozinhava em uma
lata!...
Mas um dia a
pobrezinha
Partiu da nossa
cidade;
Pois passava frio e
fome,
Tamanha necessidade!
E Pilar ainda se
lembra,
E alguns sentem
saudade;
Daquela mulher
pretinha...
Que partiu pra
eternidade!
Antonio Costta
Pilar (PB)
TROVAS PILARENSES
Eu sou filho do Pilar,
Meu torrão, meu aconchego;
Como amo este lugar,
Terra de Zé Lins do Rego!
Meu torrão, meu aconchego;
Como amo este lugar,
Terra de Zé Lins do Rego!
Minha terra é
pequenina,
Mas encanta o
mundo inteiro,
Pois Pilar em
prosa e rima
Honra o solo
brasileiro!
De prazer
minh’alma canta
Quando vejo o
meu Pilar;
Saltam versos da
garganta
Sem vontade de
parar!...
Quem nunca
escreveu um verso
Em Pilar fica
inspirado,
Contemplando o
universo
De Zé Lins com
seu passado.
Faço um verso de
repente,
De repente faço
um verso;
Só pra cantar
minha gente,
Meu torrão, meu
universo!
Pilar terra nordestina,
Meu rubi, meu diamante;
És tão bela e pequenina,
Mas, pra nós, tu és gigante!
Meu rubi, meu diamante;
És tão bela e pequenina,
Mas, pra nós, tu és gigante!
Pilar terra
abençoada,
Melhor recanto
do mundo;
És minha terra
encantada
Que não esqueço
um segundo.
Pilar meu torrão
amado
Que Deus me deu
como berço,
Quero sempre ‘stá
ao seu lado,
Dedicando amor e
apreço!
Oh terra da
minha infância!
Da juventude
também!
Faz-me sofrer a
distância
Quando não ‘stou
com meu bem!
Minha pequena
gigante,
Oh minha terra querida!
Cantar-te-ei
cada instante
Como todo amor
de minh' vida.
Não trouxe um
pouco de terra
Da minha terra
pra mim,
Mas no meu peito
se encerra
Pilar inteira,
sem fim!
És a terra que
prefiro,
Que Deus me deu
como minha;
Como escreveu
Casimiro:
“Hei de fazê-la
rainha”!
Antonio Costta
Pilar (PB)
MENINO DE ENGENHO
(Poema/homenagem a José Lins do Rego)
A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.
O Engenho Corredor
É meu palco de amor,
Pois na bagaceira
É que tem brincadeira,
Com o Moleque Ricardo
É que aposto carreira.
E é na Casa Grande
Que tem um pomar,
Que têm pés de banana,
Têm pés de cajá,
Têm pés de pitomba
E tem Zefa Cajá!...
A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.
Tem trem apitando,
Chegando a Pilar.
Capitão Vitorino
Querendo brigar,
Tem cheia do rio
Com tudo a arrastar,
Meu avô socorrendo
O que dá pra salvar.
Tem noite estrelada,
Tem noite medonha,
Têm história contada
Pela Velha Tontônia!
E tem cangaceiros
Por todo o terreiro,
Antônio Silvino
Querendo dinheiro.
A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.
Sou menino treloso,
Brincando na vida,
Banhando-me nas águas
Do Rio Paraíba,
Levando capim
Pro carneiro Jasmim,
Levando uma flor
Pra Zefa Cajá,
Ouvindo cantar
O meu Marechal,
Canário da terra
Mais especial.
A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.
Mas viro Doidinho
Quando vou estudar,
Sentindo saudades
Do velho Pilar,
Da Tia Naninha
A me consolar,
Da Velha Tontônia
No engenho a contar
Histórias bonitas
Pra gente sonhar,
Do Moleque Ricardo
Querendo brincar
E dos banhos de rio
Com Zefa Cajá!
Minha infância querida
Cantar aqui venho;
Fui menino feliz,
Fui menino de engenho.
O tempo passou
Com força de enchente,
Vi-me de repente
Sendo promotor,
Mas o menino de engenho,
Lá do Corredor,
Não quis me deixar,
Com saudade, sem par,
Lembrei meu avô,
Tornei-me escritor,
Cantei meu lugar!
Minha infância querida
Cantar aqui venho;
Fui menino feliz,
Fui menino de engenho.
Antonio Costta
Pilar (PB)
Da Tribuna da Poesia
Faço versos, cantoria,
(Mesmo sem saber cantar)
Somente pra te exaltar,
Para espalhar teus encantos
Aqui, e em outros recantos,
Oh meu amado Pilar!
Da Tribuna da Poesia
Canto com gran valentia
A dor sentida do povo,
O sonho de paz, de renovo,
A esperança contida
Num olhar d’uma criança
E a força que não se cansa
Da juventude na lida!...
Da Tribuna da Poesia
Canto de noite e de dia,
De forma simples, concreta,
O desejo de poeta
Que é viver para cantar!
Cantar a terra, o meu povo,
E depois cantar de novo
O meu amado Pilar!
AVENTURAS DA INFÂNCIA
Eu saía pela Chã de
Areia afora
Procurando um troféu,
uma colmeia,
Não faltava uma
aventura, uma ideia,
Na minha infância que
relembro agora.
Pescar de jereré a
qualquer hora,
Pegar um passarinho
de alçapão;
Fazer de tábua e lata
um caminhão,
Um carrinho de
corrida e ir embora!
Tomar banho de rio e
de cascata,
Ir caçar passarinho
pela mata:
Armando uma arapuca
pro nambu.
Fazer tudo que desse
em nossa telha,
Esfumaçar a casa das
abelhas
Pra colher o puro mel
de uruçu!
Antonio Costta
Pilar (PB)
RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA
Buscar água escanchado num jumento
Conduzindo incuretas nos cambitos;
Ouvindo o som das vacas, dos cabritos,
Dos nhambus que ecoavam pelo vento!...
Elegias que guardo no pensamento:
Ouvir a minha avó cantar benditos,
Ouvir de meu avô antigos ditos,
Anedotas e histórias de relento...
Fisgar peixes no açude ou lá no rio,
Tomar banho de chuva, sem ter frio...
Emoção que inda guardo. Indescritível...
Comer jaca no pé, manga e cajá,
Na fogueira assar milho com sinhá...
— Minha infância assim foi inesquecível!
Ouvindo o som das vacas, dos cabritos,
Dos nhambus que ecoavam pelo vento!...
Elegias que guardo no pensamento:
Ouvir a minha avó cantar benditos,
Ouvir de meu avô antigos ditos,
Anedotas e histórias de relento...
Fisgar peixes no açude ou lá no rio,
Tomar banho de chuva, sem ter frio...
Emoção que inda guardo. Indescritível...
Comer jaca no pé, manga e cajá,
Na fogueira assar milho com sinhá...
— Minha infância assim foi inesquecível!
Antonio Costta
Pilar (PB)
DA TRIBUNA DA POESIA
Da Tribuna da Poesia
Faço versos, cantoria,
(Mesmo sem saber cantar)
Somente pra te exaltar,
Para espalhar teus encantos
Aqui, e em outros recantos,
Oh meu amado Pilar!
Da Tribuna da Poesia
Canto com gran valentia
A dor sentida do povo,
O sonho de paz, de renovo,
A esperança contida
Num olhar d’uma criança
E a força que não se cansa
Da juventude na lida!...
Da Tribuna da Poesia
Canto de noite e de dia,
De forma simples, concreta,
O desejo de poeta
Que é viver para cantar!
Cantar a terra, o meu povo,
E depois cantar de novo
O meu amado Pilar!
Antonio Costta
Pilar (PB)
DE PILAR
De Pilar trago
canções,
Trago motes, cantorias,
Trago muitas emoções
Que impactaram meus dias,
Trago mil recordações
Que me inspiram poesias!
Trago motes, cantorias,
Trago muitas emoções
Que impactaram meus dias,
Trago mil recordações
Que me inspiram poesias!
De Pilar trago meu
canto,
Que de meu peito desata
O brilho dos pirilampos,
A voz do rio, das cascatas,
As flores todas dos campos
E os perfumes das matas!
Que de meu peito desata
O brilho dos pirilampos,
A voz do rio, das cascatas,
As flores todas dos campos
E os perfumes das matas!
De Pilar trago meu
jeito
De ser poeta-menino,
Poeta que traz no peito
O badalar de um sino,
Que só badala de jeito
Quan’ de Pilar me aproximo!
De ser poeta-menino,
Poeta que traz no peito
O badalar de um sino,
Que só badala de jeito
Quan’ de Pilar me aproximo!
De Pilar trago a
saudade
De meu tempo de criança,
De meus pais, de Solidade,
De meu tempo de criança,
De meus pais, de Solidade,
Que não me sai da
lembrança.
Morando em Chã de
Areia,
Lugar de paz, de
esperança!
De Pilar trago as
leituras
De José Lins,
escritor,
Contando suas
aventuras
No Engenho Corredor,
Colocando a nossa história
Num lugar de resplendor!
De Pilar trago o
repente
De Chudu, com sua
viola,
Tirando versos,
contente,
De dentro de sua
cachola,
Versos que inda ‘stão
presentes
E a nossa terra
consola!
De Pilar trago meu
sonho
De mudar minha cidade,
Embora o mundo medonho,
Cheio de incredulidade,
Ignore o que proponho:
Paz, amor, fraternidade.
De mudar minha cidade,
Embora o mundo medonho,
Cheio de incredulidade,
Ignore o que proponho:
Paz, amor, fraternidade.
De Pilar trago o
desejo
De dá orgulho ao meu povo.
De ser poeta, sem pejo,
De ser u’a luz de renovo,
Cantando a terra que vejo,
Sonhando co'um tempo novo!
De dá orgulho ao meu povo.
De ser poeta, sem pejo,
De ser u’a luz de renovo,
Cantando a terra que vejo,
Sonhando co'um tempo novo!
Antonio Costta
Pilar (PB)
CONTEMPLAR PILAR
Quero
contemplar o dia
Nascendo
no meu torrão,
Trazendo
paz, harmonia,
Pra
dentro do coração.
Eu
quero sentir o cheiro
Das
flores todas do campo;
Tomar
meu banho primeiro
De
sol, de chuva, de encanto.
Quero
contemplar as flores
Desabrochando
pra festa;
Quero
sentir seus olores
Ouvindo
o som da floresta.
Quero
contemplar a chuva
Trazendo
pra terra a vida;
Trazendo
enchente pros rios,
Para
o Una e pro Paraíba!
Quero
comer tanajura,
Qual
no tempo de criança,
Quero
viver vida pura,
Co’
os olhos cheio de’sperança.
Quero
pegar as cigarras
E
os vaga-lumes co’ a mão;
E
quero dormir tranqüilo
Ouvindo
o cantar do grilo
Oculto
na imensidão.
Pois
quero, enquanto viver,
O
meu torrão contemplar,
E
ouvir meu coração bater:
Pi-lar,
Pi-lar, Pi-lar!...
Antonio Costta
(Pilar-PB)
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